domingo, 28 de novembro de 2010

Pôquer supera preconceito e se firma como esporte

Na última década, o pôquer passou de prática mal vista para esporte reconhecido mundialmente e televisionado para diversos países, mas ainda mantém para algumas pessoas a velha imagem de porões esfumaçados e ilegalidade.

De ilegal a disputa não tem nada, de acordo com o advogado Luiz Guilherme Moreira Porto, que representa a CBTH (Confederação Brasileira de Texas Hold`em), entidade oficial do esporte no país. Para ele, não há dúvidas quanto à legalidade, e a área nebulosa vem do preconceito que a sociedade ainda tem. “Não existe disputa judicial, existiria se houvesse alguma discussão, mas não tem porque o pôquer já é reconhecido pela própria lei”, afirma Porto.

A Lei de Contravenções Penais descreve o jogo de azar como tendo ganhos e perdas dependentes exclusivamente ou principalmente da sorte. A tese de que o pôquer não se enquadra nessa definição é amplamente aceita no Brasil e no mundo e inibe ações repressivas da polícia. Entre os argumentos usados para legitimar a prática, está o fato de que conhecer as regras e ter a capacidade de contar as cartas na mesa, e portanto as probabilidades, é fundamental para ter sucesso após algumas rodadas, como assinala um laudo feito pelo escritório do ex-professor da Unicamp, Ricardo Molina.

O matemático também ressalta o aspecto psicológico do jogo, já que ler as intenções dos adversários e esconder as próprias é uma tática vital, segundo a maior pesquisa já feita sobre o assunto, pela empresa americana Cigital. Os estudiosos observaram 103 milhões de mãos (rodadas) e concluíram que 75,7% delas terminaram sem que cartas fossem mostradas e sim com um jogador fazendo com que os outros desistissem antes dessa fase. Das que foram até o fim, metade terminou premiando os participantes com os piores jogos, já que os detentores das melhores combinações não “pagaram para ver” e saíram antes. De acordo com o estudo, isso significa que a distribuição aleatória de cartas, onde o fator sorte está presente, representa muito pouco para o resultado do jogo.

A lei também considera jogo de azar as apostas sobre qualquer competição esportiva, com exceção de corrida de cavalos em hipódromos. Esse é o caso do pôquer, provavelmente o único esporte do mundo em que a aposta é o elemento principal da disputa. Para Porto, o que se quer evitar é outras pessoas apostem no resultado dos atletas. “Quando tem uma terceira pessoa apostando numa disputa entre duas pessoas, a chance de perda da ética é maior”, considera ele. “Mas quando é você que está apostando no próprio jogo, esse risco não existe. Você não tem como se vender para a própria aposta que fez.”

O pôquer tem diferentes tipos de disputa: jogos em que se aposta dinheiro vivo na mesa (cash games), torneios com inscrições pagas nos quais vence quem terminar com fichas, e até partidas valendo dinheiro pela internet. Em um parecer jurídico sobre o esporte, Miguel Reale Junior, ex-Ministro da Justiça e sócio de Luiz Guilherme Porto, afirma que não há diferença de análise, pois em todas o que prepondera é a habilidade. Isso explicaria a inexistência de campeões de dados, roleta ou bingo.

FONTE: www.eband.com.br

Roberto Saraiva
rsferreira@band.com.br

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Grosso Calibre

Em tempos confusos que vive a cidade do Rio de Janeiro, vale a pena pensar no que o curta Grosso Calibre tem a dizer. Através da música e das letras de MC Smith, este filme penetra numa realidade de vida das pessoas que residem no Complexo do Alemão/RJ, sobreviventes em meio aos grupos alimentados pelo tráfico de drogas e a violência policial.

Grosso Calibre (High Calibre) from ShootingPoverty on Vimeo.


Um curta de: Guilherme Arruda, 28; Ludmila Curi, 30; e Thiago Vieira, 31.

O jornalismo desonesto e o mito do “crime organizado”

*TEXTO GUSTAVO BARRETO

O “Jornal da Globo” fechou com chave de ouro o dia de uma emissora empenhada em assustar e desinformar o público, enquanto outras emissoras e rádios acompanharam a tática do pânico. A velha técnica do “Mantenham a calma” seguido de imagens impactantes da violência no Rio de Janeiro é a melhor forma, do ponto de vista da cultura do medo que tenta se impor, de pôr em ação esse objetivo. É como você dizer “Fique à vontade” quando recebe alguém pouco conhecido em sua casa, provocando o efeito contrário. Neste caso é bem pior: trata-se do imaginário social de um conjunto de milhões de brasileiros que está em jogo. E neste caso há consequências políticas.

Não há dúvidas de que (1) o índice de criminalidade no Rio é muito alto, inaceitável, e que (2) a lógica que rege o projeto da polícia comunitária, que esse governo chama da “UPP” e que outros governos já tentaram com outros nomes, é um bom caminho, desde que proponha de fato a participação da comunidade no processo decisório e que seja mais amplo. Atualmente é um conjunto de projetos-piloto.

No entanto, estratégias diversas estão em jogo. A saber:

A. O Governo do Estado, principalmente por meio do governador Sergio Cabral, tenta capitalizar a crise politicamente. Aparece como o “líder destemido” que as pessoas assustadas das classes A e B exigem nessa hora. Ao mesmo tempo, desvia a atenção da plena incompetência do governo nas áreas de educação e saúde – incluindo a recente busca e apreensão na casa de Cesar Romero, o ex-subsecretário-executivo de Saúde, primo da mulher do secretário Sérgio Côrtes e braço direito dele na secretaria. A acusação: fraude em licitação ao contratar manutenção de ambulâncias superfaturada em mais de 1.000%;

Segue o artigo no link.

http://www.consciencia.net/o-jornalismo-desonesto-e-o-mito-do-crime-organizado/

FONTE:CONCIÊNCIA NET.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

As 10 estratégias de manipulação midiática.

por Noam Chomsky*
Tradução: Adital

O linguista Noam Chomsky elaborou a lista das “10 Estratégias de Manipulação”através da mídia.

1. A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

2. Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado “problema-ração-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” previsa para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.

3. A estratégia da gradualidade. Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4. A estratégia de diferir. Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e desnecessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrificio imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5. Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade. A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Ae alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um sentido crítico (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”)”.

6. Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de aceeso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos…

7. Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade. Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.

9. Reforçar a autoculpabilidade. Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!

10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem. No transcurso dosúltimos 50 anos, os avançosacelerados da ciência gerou uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem disfrutado de um conhecimento e avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.

* Linguista, filósofo e ativista político estadunidense. Professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

João e o pé de filosofia.

João acordou e esqueceu onde estava ou perdeu a memória.
Isso foi o que ele pensou a olhar o mar à sua frente.
Pensou se tivesse bebido um porre e caísse no sono nas areias da praia, mas uma vaga lembrança veio e descobriu que tinha nojo de qualquer bebida de álcool.

Uma porta no meio do nada, perto das dunas chamou a sua atenção.

Bateu na porta e ninguém atendeu.
Abriu e entrou e ninguém o recebeu.
Olhou ao redor e tudo parecia igual.
Mais igual ao que questionou.

A parte de cima, de uma bicicleta enterrada na areia chamou a sua atenção e retirando ela veio a emoção de que não sabe pedalar. Entretanto, sorumbático tentou aprender e pedalando com dificuldade na beira do mar foi ver o sol nascer ou morrer. Tão tu faz, para João a morte era apenas o começo.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

De todas as direções.

"a vida não é linear, horizontal. Ela é cheia de imprevistos. O que mantém o homem de pé é o equilíbrio de forças opostas. Esse equilíbrio é estático quando um pé age sobre o outro, mas o homem só avança quando toma o risco de desequilibrar-se, impulsionando os pés para a frente, rompendo o equilíbrio."




*fotos da casa da vovó na praia.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Um poema para Alice.

Outra vez, tombada pelo desespero e pela dor de não saber o que faria pela tarde, Alice corre em direção a sua casa pela antiga calçada sombreada pelas figueiras de cor marrom e de cheiro esquisito. Corria de pés descalços por que odiava colocar sandálias, tênis, sapatos ou qualquer outra coisa que fazia apertar os dedos do pé.

Ela correia não por vaidade, não pelo tempo que estava passando, mas sim, por aquela estranha vontade que do nada soltamos um grito, batemos na mesa, choramos de olhos fechados ou corremos fugindo do destino.

Uma vontade sem controle que quando somos pegos de surpresa não existe conservadorismo que resista.

Correria para ver se a dor inexplicável do vazio em seu peito passava.

Corria para ver se conseguisse chegar ao um lugar novo e distante, porém as sombras das figueiras pareciam engolir a moça dos pés descalços.

O desespero era a pior das condenações. Mas, ao mesmo tempo pensava por que o desespero? Alice morava com os pais que não lhe cobravam aluguel, tinha um emprego que permite pagar suas roupas e festas, tinha um namorado que lhe mandava flores nos seus aniversários, tinha amigas que faziam dar risadas. Tinha tudo, mas sentia que tinha nada.

Eis, o pior de todos os desesperos. O desespero da falta de identidade.

E conseguindo chegar até sua casa, foi ao banheiro e viu sua imagem refletida no espelho Era a doce Alice que todos desejavam. Olheiras fundas, porém elegantes, lábios finos, porém sedutores, cabelos negros, mas encantadores. E olhando as lagrimas correndo do espelho viu que nem todo tempo do mundo ela era capaz de fazer as lagrimas voltarem ao seu lugar.

domingo, 7 de novembro de 2010

PROIBIDO PARAR

O que é publico? o que encomoda? a quem pertence essa raiva? A rua é de todos? que país é esse?

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Edição do debate de 1989 na REDE GLOBO

Nós, pessoas que provavelmente nunca sentimos fome, miséria, as marginalizações promovidas por uma direita que, desde os primórdios deste país, esteve à frente de decisões políticas,- evitamos o diálogo -, a ética para com a sociedade. Até que ponto realmente nos preocupamos com o outro? O indivíduo que por vezes nos passa despercebido?
Se formos classe média, classe alta isso não importa. Sempre tivemos nossa barriga cheia, nossos pais trabalharam e trabalham muito. Nós trabalhamos. Se o pilar que nos mantêm nesta posição que neste país podemos chamar de privilégios é o trabalho, por que naquele momento uma emissora conseguiu manipular tanto essa gente? Por que o trabalhador humilde não passou por uma academia, tampouco terminou seus ensinos fundamentais.A rede globo era símbolo de, quem sabe, boas idéias, ou a razão pela qual vamos acreditar? Talvez, nunca saberemos.
Acabada mais uma eleição e os pilares econômicos, as vontades de consumo, em pleno século vinte um, sobre saem os direitos humanos.

jordane.

O grande destaque.

Nunca antes na estória desse país um meio de comunicação livre e gratuito teve importância tão decisiva em uma eleição presidencial.

A internet, com suas redes sociais, emails clandestinos, blogs sujos se tornou uma ferramenta para mostrar aquilo que sempre foi encobertado pela grande mídia. A verdade, ou simplesmente defender a ideologia.

A guerra na internet por votos e pior do que a guerra dos veículos impresso e dos telejornais, vendo isso, meios de comunicação tradicionais e conservadores se jogaram no mundo dos bytes para buscar votos os seus “candidatos.” A FOLHA DE SP, um dos jornais de maior circulação do Brasil, ficava 24 horas mandando informação nem sempre confiáveis e digna de respeito em sua página virtual, enquanto isso, nas páginas impressas fazia um trabalho mais conservador. O mesmo acontecia com a VEJA, GLOBO.COM e outros grandes veículos de comunicação.

Mas, o grande destaque fica por conta dos eleitores “independentes” e suas redes sociais. Nunca antes a política foi tão discutida por jovens com tamanha vontade.

Mas é preciso destacar que a maioria que usa internet e redes sociais e da classe média, média alta e alta do Brasil. Além disso, é necessário lembrar que na sua grande maioria jovens que estudaram em colégios particulares e faculdades de renome, entretanto a ignorância dessas pessoas vai longe.

Logo depois das eleições começou um ataque veemente contra o povo nordestino, que foi tratado por especialistas como XENOFOBIA. Esses jovens preconceituosos, se achando inteligentes e acima do céu e da terra criticavam com tanta convicção o nordeste chamando de ignorantes por da uma suposta vitoria a Dilma e logo depois aproveitavam para dizer que o sul e suldeste iriam ter que trabalhar para sustentar os nordestinos.

Mera ignorância da classe media pseudo intelectual.

Mesmo descartando todos os votos do nordeste, ainda assim, Dilma venceria com 1 milhão de votos de diferença e vale lembra que o nordeste cresce mais que o sul e o sudeste.

A xenofobia é preconceito e o preconceito é crime e a ignorância não tem cura.

VIVA A CLASSE MEDIA...

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