quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Como é mesmo que se pergunta?


“Puisque je doute, je pense; puisque je pense, j'existe”

Hoje você já se perguntou “de onde”? Já se perguntou “pra onde”? Já se perguntou o sentido que existe entre o “de onde” e o “pra onde”? Se você não se perguntou eu pergunto, quando você parou de se perguntar?

Era uma vez um povo sedento por respostas. Queriam ser respondidos, mas nem tudo o que eles queriam eram as respostas. Queriam também perguntas. E através das perguntas buscavam respostas sobre o “nascer”, sobre o “viver”, sobre o “partir”. Buscavam respostas para perguntas difíceis, aventurando-se até mesmo em perguntar sobre o “simples” existir. À medida que perguntavam se aproximavam perigosamente do que procuravam. Inclusive da resposta à pergunta mais difícil, aquela que poucos ousam admitir. “Pergunto-me, logo existo”. Não foram bem essas as palavras, mas foi mais ou menos esse o pensamento que um sábio perguntador um dia resolveu proferir.
Mas tamanha sede por respostas acabou por afogar este povo. E ironicamente afogaram-se em suas próprias respostas. Porque as respostas se tornaram um produto valioso e já não importava mais quem as proferia, o importante era tê-las. Diante da grande demanda por respostas faltou tempo para as perguntas. E perante a falta de perguntas começaram a sobrar respostas. Então, como num divórcio existencial, perguntas e respostas deixaram de viver juntas. Respostas acumuladas de um lado, perguntas sem sentido de outro. Assim o povo hipnotizado por tantas respostas sucumbiu..., e acabou por esquecer o sentido das perguntas.

Uma vez li que uma das características que diferenciava nós, os seres humanos, dos outros animais, era justamente a capacidade que tínhamos de nos perguntar. Mas aí eu pergunto: como é mesmo que se pergunta?

http://universodomad.blogspot.com/

MAD (Vulgo Rafael M.B.)

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